Dinheiro público "encalhado": Obras paralisadas no município de Itajá, é destaque no Jornal de Fato

O dinheiro público não perde apenas quando é desviado por gestores corruptos. Esse dinheiro se perde também quando é aplicado em obras que "nunca" são colocadas à disposição da população.

Encontrar obras paradas, abandonadas ou muito atrasadas não é uma tarefa muito difícil no Rio Grande do Norte.

Muito pelo contrário, basta visitar os municípios para encontrar o dinheiro público "encalhado".
A reportagem do JORNAL DE FATO pegou a estrada e visitou cinco municípios - Itajá, Assú, Carnaubais, Areia Branca, Porto do Mangue e Upanema - e, não por acaso, encontrou esse tipo de problema em todos eles.

Em Itajá, cidade de 6.952 habitantes, estão paralisadas as obras de construção da praça de eventos e também de uma quadra de esportes na Escola Municipal Libânia Lopes Pessoa.
As obras acabaram deixando a população no prejuízo. Não existe mais um local para as pessoas sentarem  e conversarem, e os estudantes da escola ficaram sem jogar futebol. "Antes a gente jogava conversa fora no final da tarde na antiga praça. Agora não temos mais onde encontrar os amigos", lamenta o pescador Antônio Clementino.

A construção da praça de eventos está longe de ser concluída. Umas das poucas coisas feitas é parte do palco.

Sentado em uma calçada, o estudante do 9° ano da Escola Municipal Libânia Lopes Pessoa, Oziel de Souza, 13 anos, lembra que brincava com os colegas na antiga quadra da escola, que foi destruída para a construção da nova quadra. "Agora não temos mais onde brincar e ficamos conversando nas calçadas", relata o estudante.

A construção da quadra de esportes parou nas pequenas arquibancadas. A quadra em si ainda não recebeu um quilo de cimento ou outro material qualquer, e à diretora da escola, Aparecida Medeiros, relata que não tem como oferecer esporte coletivo aos estudantes, que têm que usar o ginásio municipal.