Os contribuintes não querem mais imposto, mas integrantes do governo falam numa nova versão da CPMF para financiar os investimentos na área da saúde. Num país em que a carga tributária chegou a 33,56% do PIB em 2010 e deve continuar crescendo, é realmente necessário mais um imposto? Cálculos feitos pelo tributarista Ilan Gorin, da Consultoria Gorin Auditoria Contábil, provam que não.
Em 2007, último ano da CPMF, a Receita Federal arrecadou (sem Previdência Social) R$ 502,4 bilhões (incluída a inflação de 2007 a 2010, de 16,5%). No ano passado, mesmo sem CPMF, a arrecadação pulou para R$ 545,3 bi, o que representa um aumento real de R$ 42,9 bi, segundo as contas do tributarista.
A elevação proposital da alíquota do IOF, por exemplo, e o crescimento forte da economia provocaram o aumento da arrecadação que compensou e muito o fim do “imposto do cheque”.
Os números coletados na Receita por Gorin mostram que aumentou a arrecadação de vários tributos em 2010, como a do imposto sobre importação – de R$ 14,2 bi em 2007 para R$ 21,1 bi no ano passado, o que representa uma diferença de R$ 6,8 bi.
A contribuição social e o imposto de renda sobre lucro de empresas não financeiras também cresceu (R$ 12,8 bi), de acordo com Gorin. Já a arrecadação de imposto de renda na fonte sobre os rendimentos do trabalho aumentou R$ 10,5 bilhões; de IOF, R$ 17,4 bi, de PIS e Cofins sobre empresas não financeiras, R$ 28,6 bi.
- Não é preciso recriar a CPMF, mas enxugar as despesas públicas para reduzir a carga tributária. Efeitos diversos provocaram a recomposição e aumento real da arrecadação após o fim da CPMF – diz o tributarista.
Do blogue de Miriam Leitão
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