Pesquisadores americanos defendem que pais de crianças obesas devem perder a guarda dos filhos. Na visão deles, a obesidade poderia ser evitada se os pais controlassem melhor a alimentação das crianças. E você, o que acha?
Foi-se o tempo em que as ‘dobrinhas’ das crianças eram sinal de saúde. Hoje, já se sabe que elas podem ser um alerta de obesidade. Segundo a última pesquisa do IBGE, uma em cada três crianças entre 5 e 9 anos está obesa. E como fica a responsabilidade dos pais nessa situação? Eles podem ser considerados negligentes?
Para dois pesquisadores americanos da Universidade de Harvard, nos EUA, a resposta é sim. E eles vão mais longe: defendem a ideia de famílias com filhos obesos graves devem sofrer intervenção do estado, a ponto até de perder a guarda dos filhos.
Nos EUA, Espanha, Canadá, Escócia e Inglaterra, já existem casos de pais que perderam a guarda por causa da obesidade extrema dos filhos. Mas e no Brasil, isso seria possível? Segundo o professor de direito da Uerj Guilherme Calmon, a lei brasileira permite. “O código civil brasileiro permite tanto a suspensão quanto a perda do que nós chamamos de poder familiar. E uma das hipóteses é exatamente o não cuidado, os maus tratos, o não criar qualquer tipo de limite em relação à alimentação deles, permitindo que chegue a esse extremo”, explica.
Entre os médicos, as opiniões se dividem. “Eu acho que tem que investir mesmo é na formação desses pacientes. Por que eles estão agindo dessa forma?”, afirma a doutora em nutrição da USP, Isa Jorge.
“Se o grau de obesidade for muito grave e comprovadamente os pais estiverem oferecendo alimentos completamente inadequados para a criança, eu concordo que eles poderiam até mesmo perder a guarda”, defende o endocrinologista Márcio Mancini.
A doméstica Ana Paula de Lima procurou ajuda num grupo de apoio. Ela contou que percebeu que a menina estava obesa quando levou a criança a um pediatra e ele recomendou que ela deveria perder 20 quilos. “Eu errei por não ter procurado há mais tempo”, assume.
Uma pesquisa da nutricionista da USP Isa Jorge mostrou outra dificuldade: “Os pais têm uma baixa percepção do peso das crianças. Quando a criança tem o peso normal, os pais acreditam que a criança é magra. Quando as crianças têm excesso de peso ou são obesas, os pais acreditam que a criança tem o peso adequado para a idade”.
O doutor Walmir Coutinho, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia, explica: “Está barrigudinha? Começa ficar mais pesada do que as crianças em geral? Isso já é uma suspeita suficiente para esses pais levarem a criança para o tratamento”.
“Quanto mais tarde a criança ou adolescente se encontra com excesso de peso, maior a chance dela se tornar um adulto obeso, ou seja, um adolescente com 15 anos com obesidade, ele tem mais de 90% de chance de continuar obeso na idade adulta”, explica o endocrinologista.
Foi-se o tempo em que as ‘dobrinhas’ das crianças eram sinal de saúde. Hoje, já se sabe que elas podem ser um alerta de obesidade. Segundo a última pesquisa do IBGE, uma em cada três crianças entre 5 e 9 anos está obesa. E como fica a responsabilidade dos pais nessa situação? Eles podem ser considerados negligentes?
Para dois pesquisadores americanos da Universidade de Harvard, nos EUA, a resposta é sim. E eles vão mais longe: defendem a ideia de famílias com filhos obesos graves devem sofrer intervenção do estado, a ponto até de perder a guarda dos filhos.
Nos EUA, Espanha, Canadá, Escócia e Inglaterra, já existem casos de pais que perderam a guarda por causa da obesidade extrema dos filhos. Mas e no Brasil, isso seria possível? Segundo o professor de direito da Uerj Guilherme Calmon, a lei brasileira permite. “O código civil brasileiro permite tanto a suspensão quanto a perda do que nós chamamos de poder familiar. E uma das hipóteses é exatamente o não cuidado, os maus tratos, o não criar qualquer tipo de limite em relação à alimentação deles, permitindo que chegue a esse extremo”, explica.
Entre os médicos, as opiniões se dividem. “Eu acho que tem que investir mesmo é na formação desses pacientes. Por que eles estão agindo dessa forma?”, afirma a doutora em nutrição da USP, Isa Jorge.
“Se o grau de obesidade for muito grave e comprovadamente os pais estiverem oferecendo alimentos completamente inadequados para a criança, eu concordo que eles poderiam até mesmo perder a guarda”, defende o endocrinologista Márcio Mancini.
A doméstica Ana Paula de Lima procurou ajuda num grupo de apoio. Ela contou que percebeu que a menina estava obesa quando levou a criança a um pediatra e ele recomendou que ela deveria perder 20 quilos. “Eu errei por não ter procurado há mais tempo”, assume.
Uma pesquisa da nutricionista da USP Isa Jorge mostrou outra dificuldade: “Os pais têm uma baixa percepção do peso das crianças. Quando a criança tem o peso normal, os pais acreditam que a criança é magra. Quando as crianças têm excesso de peso ou são obesas, os pais acreditam que a criança tem o peso adequado para a idade”.
O doutor Walmir Coutinho, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia, explica: “Está barrigudinha? Começa ficar mais pesada do que as crianças em geral? Isso já é uma suspeita suficiente para esses pais levarem a criança para o tratamento”.
“Quanto mais tarde a criança ou adolescente se encontra com excesso de peso, maior a chance dela se tornar um adulto obeso, ou seja, um adolescente com 15 anos com obesidade, ele tem mais de 90% de chance de continuar obeso na idade adulta”, explica o endocrinologista.
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