quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Relação entre dívida e PIB do Brasil tem menor nível desde 1998



Os dados fiscais divulgados na manhã de hoje pelo Banco Central (BC) mostram que a relação Dívida/Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil caiu para o menor patamar desde maio de 1998. Em comentário, a Gradual Investimentos diz tratar-se de um feito histórico, e afirma os números devem ter animado a presidenta Dilma, em férias na Bahia. A relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB brasileiro deve fechar o ano de 2011 em 36,6%. A proporção deve cair ainda mais, para 35,7% do PIB em 2012, segundo projeção divulgada nesta quarta-feira pelo diretor do Departamento Econômico do BC, Túlio Maciel. “Com isso, o Brasil conquista mais um passo importante para garantir a credibilidade necessária para se tornar um porto de investimentos consistente em 2012”, diz o analista André Perfeito, economista-chefe. Mas ele pondera que, infelizmente, o número geral esconde uma situação incômoda. 

O economista diz que os dois principais fatores que contribuíram para a queda da relação Dívida/PIB foram, em primeiro lugar, o crescimento do PIB e, em segundo, do resultado primário. Mas as expectativas da Gradual para crescimento do PIB em 2012 são menos otimistas que as do governo. A casa projeta expansão de 2,3% para o ano que vem, enquanto o governo espera 3,5%. “Neste sentido vemos a política fiscal com menos espaço para 2012, mas isso não quer dizer que não acreditamos que o governo vá cumprir as metas estabelecidas”, diz o economista. “Trabalhamos com a hipótese que o Planalto irá apenas preparar 2012 para o ano de 2013, para aí sim deixar a máquina correr mais solta. Até lá a presidente Dilma irá segurar as amarras dos gastos públicos, investimentos no meio.” Outro fator que contribuiu de maneira decisiva para a melhora da relação Dívida PIB ao longo de 2011 foi a variação cambial, lembra o especialista. Após anos de apreciação do real frente ao dólar, o real foi o pior colocado num ranking das 16 principais moedas em 2011, com desvalorização na casa dos 11%. “O Real só ganha do Peso Mexicano e do Rand Sul Africano.” “Não acreditamos que o Real vá ficar neste patamar por muito tempo, é bem provável que o Dólar perca espaço quando a situação se acalmar, fazendo a preferência pela liquidez dos agentes diminuírem”, diz. 

Fonte: Portal IG

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