Começamos a testar o Novo iPad (também conhecido como iPad 3) no dia do lançamento mundial, o que significa que já convivemos pouco mais de duas semanas com ele. Neste período, alem de instalar a maioria dos aplicativos atualizados para tirar vantagem do novo tablet, continuamos usando nossos favoritos do “velho” iPad para ver como se comportavam.
Na maioria das situações, é difícil notar a diferença. Primeiro, porque o design do produto não mudou em praticamente nada: o novo iPad tem o mesmo corpo metálico de linhas suaves e a pesada frente de vidro resistente a marcas de dedos do iPad 2. É um tiquinho mais espesso e pesado, mas nada que se note no dia-a-dia - tanto que segue compatível com as capas e demais acessórios da segunda geração.
Em termos de desempenho, a agilidade do sistema ao abrir um novo aplicativo ou alternar entre os que já estão rodando é perceptivelmente maior do que no iPad original, mas não parece diferente do iPad 2. Compreensível, já que a base do processador do novo iPad é a mesma, exceto pelo novo chip gráfico de núcleo quádruplo, necessário para suprir as necessidades da supertela.
A tela “Retina”
O destaque do novo iPad, exaltado em toda a propaganda da Apple, é, sem dúvida, a tela “Retina”. Com resolução de 2,048 x 1,536 pixels, ou 3,1 megapixels, ela é quatro vezes mais densa que a dos modelos anteriores. São um milhão de pontinhos a mais do que numa TV Full HD 1080p, em uma tela pelo menos dez vezes menor. Em termos de densidade de pixels, só perde para a dos iPhones 4 e 4s, que inauguraram o conceito de "retina".
Na prática, isso quer dizer que não se conseguem mais enxergar pixels individuais a olho nu, dando às imagens uma aparência de página impressa, sem qualquer serrilhado nas curvas e diagonais. De fato, a diferença é perceptível quando seguramos um iPad antigo e o novo lado-a-lado, principalmente nos detalhes dos ícones e em telas de texto como as do iBooks.
Embora seja mais fácil notar a diferença nos textos, o aumento da resolução também é vantajoso para os jogos com visual 3D já atualizados para ela, como o Infinity Blade II e oReal Racing 2 HD, e é especialmente benéfico na manipulação de imagens – vide a coluna sobre o potencial do tablet como acessório para fotógrafos, onde analisamos os prós e contras da câmera de 5 megapixels com sensor retroiluminado do novo iPad.
Em tempo: isso só vale para a câmera traseira, que a Apple chama de iSight, pois a câmera frontal, usada nas video conferências via FaceTime ou Skype, manteve a resolução VGA (640 x 480 pixels) do modelo anterior. Como, na maioria dos casos, as fotos mais importantes são tiradas com a câmera iSight, isso não chega a ser um problema.
Voltando à tela, também não dá para dizer que a do “velho” iPad fosse ruim. O site Gizmodo andou mostrando o iPad 2 para uns desavisados como se fosse a terceira geração e a maioria se disse impressionada com a qualidade das imagens. Como somos sugestionáveis pelo marketing da Apple...
Tudo tem seu preço
Para viabilizar o aumento de 300% na resolução, a Apple precisou “turbinar” o subsistema gráfico do iPad e equipá-lo com mais memória RAM. Tudo isso é embutido no que se costuma chamar de “sistema em um chip”: o processador A5x, no caso do novo iPad, sucessor do A5 do iPad 2. Como as melhorias foram todas voltadas para o aspecto gráfico, acaba que, de resto, as duas versões se equivalem.
Da mesma forma, o processamento gráfico vitaminado e o simples fato de precisar iluminar muito mais pixels fez com que o consumo elétrico do novo iPad fosse às alturas. Sua bateria tem uma capacidade 70% maior que a do iPad 2, mas dura a mesma coisa. Na verdade, foi por causa da necessidade de aumentar o tamanho da bateria para manter a autonomia de 10 horas que o novo iPad ficou discretamente maior e mais pesado, como mencionamos no início desta avaliação.
Infelizmente, a bateria maior acaba demorando mais para carregar e pode esquentar durante o processo – a primeira grande crítica ao novo iPad. Em nossos testes, o aquecimento não chegou a ser um problema, mas o tempo de recarga, sim. Praticamente obrigou a tratar o tablet como um smartphone que precisa ser ligado na tomada toda noite, durante a noite inteira, para aguentar o uso de um dia.
Isso também aumenta a importância de se usar o carregador de tomada incluído no pacote do iPad, junto com o cabo USB. Explica-se: apesar de os conectores USB do computador e o próprio carregador de um iPhone ou iPod também poderem ser usados para recarregar o iPad, eles só provêm 5W de força - a metade do que o carregador que vem com o tablet é capaz de oferecer. Em outras palavras: carregar via computador pode demorar o dobro do tempo, e isso agora faz diferença.
Conclusão
O novo iPad é mais do mesmo. Mais resolução (tanto na tela quanto na câmera), mais processamento, mais memória e, na versão LTE, mais velocidade no acesso via rede celular. O design é rigorosamente o mesmo do iPad 2, mas ainda não dá sinais de estar ultrapassado, e a bateria até tem mais capacidade, mas dura a mesma coisa.
Por conta disso tudo, o tablet da Apple representa uma melhora do que já era ótimo, mas não chega a ser uma revolução – e não soluciona coisas como a ausência de um leitor de cartões de memória. O preço, que também não mudou, é alto se comparado ao de um notebook. A julgar pelas vendas, no entanto, parece ser justo para o que ele oferece.
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