Governo federal entra de vez na organização da Copa e já admite usar aeroportos militares
Aldo e Blatter se encontraram na Suíça, e o governo federal entra na organização da Copa










O governo federal entrou de vez na organização da Copa do Mundo de 2014. Após reunião entre Fifa, COL e representantes do Ministério, chegou-se a conclusão de que a ideia inicial de iniciativas privadas comandarem sozinhas a organização estava errada, e o secretário-executivo do ministério, Luis Fernandes, já ganhou um cargo na cúpula do COL, ao lado de Bebeto e Ronaldo. A partir de agora, ainda haverá encontros regulares entre as três partes, que devem acontecer a cada seis semanas.

"A reunião de hoje foi um forte sinal do compromisso do governo brasileiro com a nossa parceria e a responsabilidade compartilhada de organizar a mais exitosa Copa do Mundo da FIFA. Hoje lançamos as bases de uma cooperação integrada em mútua confiança a fim de alcançarmos o nosso objetivo comum", disse Blatter logo no começo da entrevista.

"Na vida, às vezes você tem uma decisão errada no início. E depois toma uma decisão certa. Antes tarde do que nunca", afirmou o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, admitindo que a ideia de manter o governo federal de fora havia sido errada. "Na África do Sul, por exemplo, seis ou sete ministros chegaram a integrar o comitê", completou.

O encontro desta terça-feira aconteceu na sede da Fifa, na Suíça, e reuniu Aldo Rebelo, Joseph Blatter e Jerome Valcke. O principal objetivo era aparar de vez as arestas entre a entidade máxima do futebol e o governo federal, além de discutir os pontos da organização do Mundial.

Durante a entrevista coletiva, Aldo Rebelo falou sobre a situação dos aeroportos brasileiros, um dos pontos mais críticos a organização, e surpreender. O ministro não descartou a hipótese de usar aeroportos militares durante a Copa e disse até que isso já está sendo discutido. "Todas as possibilidade para resolver os desafios necessários para a realização da Copa serão usadas", disse.

"O Executivo do governo federal não vai interferir nas questões do Senado [que está discutindo a lei da Copa]. Mas vimos todas as soluções possíveis para a Copa. O uso de aeroportos militares está considerado. Mas o ministro da Defesa [Celdo Amorim] terá que analisar o assunto", explicou o ministro.

O encontro aconteceu na Suíça e também contou com as presenças de Ronaldo, Bebeto e Marco Polo del Nero, membros do Comitê Organizador Local, de José Maria Marin, presidente da CBF e também do COL, do secretário-executivo Luis Fernandes e do chefe das assessorias do Ministério, Luís Paulino. A reunião durou quase seis horas e teve direito até a um bate-bola entre os cartolas durante a pausa para o almoço.