G1 acompanhou, em Angicos, missa realizada na manhã desta terça (19). Data celebra São José, santo padroeiro das famílias e dos trabalhadores.
Aos 82 anos de idade, o agricultor Augusto de França aguentou o sol forte e a temperatura média de 30 graus e participou – em pé - da missa de São José, celebrada nesta terça-feira (19), em Angicos, município a 170 quilômetros de Natal. Ao lado de milhares de fieis, ele tinha apenas um pedido. “Eu venho pedir chuva pro sertão”, disse, ao participar da 176º missa realizada na cidade para celebrar o dia do santo padroeiro das famílias e dos trabalhadores.
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O sertanejo acredita que, se chover no dia de São José, é sinal de que inverno será de boas chuvas. Aproximadamente 5 mil pessoas participaram da celebração. “No ano passado eu perdi toda minha plantação de feijão. Este ano, se Deus quiser e com a benção de São José, vai ter muita chuva no sertão”, disse Augusto.
A missa em Angicos foi conduzida pelo arcebispo emérito da Arquidiocese de Natal, Dom Matias Patrício. “São José é o padroeiro universal da igreja e esse dia é muito importante porque é o último dia de esperança do sertanejo. Se não chover, o sertanejo fica com medo de uma grande seca”, explicou.
A festa de São José começou no dia 9 e se encerra com uma grande procissão na tarde desta terça-feira (19). O padre Severino da Silva Neto, pároco de Angicos, explicou que toda a comunidade está otimista em relação às chuvas. “No dia 9, primeiro dia da festa, caiu uma forte chuva e isso deixou a população otimista. Vamos orar para que hoje também seja um dia de chuvas”, disse o padre. A missa contou com a presença de deputados estaduais e prefeitos de cidades vizinhas.
A missa acabou e a chuva não apareceu. Mas o sertanejo não desiste fácil. "Eu tenho fé que ainda vai chover hoje", disse, com um sorriso no rosto, o agricultor Augusto de França.
Protesto
Ao final da celebração, agricultores protestaram contra o poder público, exigindo providências contra a seca. Com faixas que pediam ações “imediatas”, eles se posicionaram na frente do palco onde a missa era celebrada.
O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Norte(Fetarn), Ambrósio Lins, afirmou que os prejuízos com a seca já passam dos R$ 4 bilhões. “São muitos prejuízos, rebanhos inteiros foram dizimados, plantações inteiras perdidas. E mesmo que hoje, dia de São José, comece a chover, não há como recuperar tudo isso”, disse.
Os trabalhadores levaram uma carta para ser entregue à governadora Rosalba Ciarlini, mas ela não compareceu à missa. O documento propõe, dentre outras coisas, o abastecimento imediato e contínuo das 75 mil cisternas já construídas no estado; criação e implantação imediata de um programa de complemento de renda para todos os agricultores familiares atingidos pela estiagem; e a construção imediata das adutoras do Alto Oeste, Seridó e outras já projetadas; construção de mais 25 mil cisternas.
O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Norte(Fetarn), Ambrósio Lins, afirmou que os prejuízos com a seca já passam dos R$ 4 bilhões. “São muitos prejuízos, rebanhos inteiros foram dizimados, plantações inteiras perdidas. E mesmo que hoje, dia de São José, comece a chover, não há como recuperar tudo isso”, disse.
Os trabalhadores levaram uma carta para ser entregue à governadora Rosalba Ciarlini, mas ela não compareceu à missa. O documento propõe, dentre outras coisas, o abastecimento imediato e contínuo das 75 mil cisternas já construídas no estado; criação e implantação imediata de um programa de complemento de renda para todos os agricultores familiares atingidos pela estiagem; e a construção imediata das adutoras do Alto Oeste, Seridó e outras já projetadas; construção de mais 25 mil cisternas.
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